top of page

Do ‘ah que giro’ ao ‘eu preciso de ter isto’


Como convencer o cliente a comprar, sem impingir o nosso produto


Quantas vezes já ouviste alguém olhar para o teu trabalho e dizer “ah, que giro”? E quantas dessas vezes isso se transformou numa venda?


Pois. Essa expressão simpática é muitas vezes o equivalente a um elogio vazio — admiração sem compromisso.


E o desafio está exatamente aqui: como transformar o encanto inicial numa vontade real de compra, sem parecer que estamos a impingir nada?


A resposta está na comunicação emocional, na conexão verdadeira com o cliente e numa mudança de foco: deixa de tentar vender um produto e começa a contar uma história, resolver um problema ou criar um desejo.


Vamos a isso?



1. O encanto não chega — é preciso criar conexão


Quando o cliente diz “que giro”, está a reagir à aparência. Mas as compras — especialmente no artesanato — raramente são racionais. As pessoas compram com o coração. Compram porque se identificam, porque sentem algo, porque aquilo lhes diz alguma coisa. E é aqui que tu podes fazer a diferença.


Como?


• Mostra o processo, o cuidado, a alma por trás da peça.


• Partilha histórias reais: para quem fizeste algo semelhante? O que essa peça representou?


• Liga o teu trabalho a memórias, sentimentos, rotinas do dia a dia — faz com que a pessoa se imagine a usá-lo ou oferecê-lo.


Uma peça bonita chama a atenção.

Uma peça com história cria desejo.



2. Em vez de “compra”, mostra “para quem é”


Evita aquele discurso genérico do “feito com amor” ou “ideal para qualquer pessoa”. Isso não ativa nenhuma vontade de compra. Pelo contrário — quanto mais vago fores, menos impacto tens.


Em vez disso, experimenta algo como:


• “Para quem gosta de ter a casa com aquele toque especial, mas sem perder a simplicidade.”


• “Para quem já não aguenta bijuteria que se estraga à primeira chuva.”


Quando o cliente se reconhece, sente que fizeste aquilo para ele.



3. Desperta o “eu preciso” com contexto


Ajuda o cliente a visualizar a peça em uso.

Se vendes brincos, mostra-os com um look completo.


Se fazes velas, mostra o ambiente em que brilham.


Se crias mantas, pinta o cenário: sofá, chá quente e um livro.


Dá ao cliente o cenário todo. A peça deixa de ser só um objeto bonito — passa a ser parte de uma experiência que ele deseja viver.



4. Valor sem pressão


“Impingir” começa quando sentimos que alguém nos quer vender algo a todo o custo.


Mas há uma forma de mostrar o valor da tua peça sem forçar nada: educa o teu cliente.


Explica:


• Por que usas aquele material?

• Quanto tempo demora a fazer?

• O que torna aquela peça única?

• Como é embalada e enviada?


Ao dar informação, estás a dar autonomia ao cliente para decidir. E clientes que compreendem o valor, decidem com mais confiança.



5. O convite final — mas sem drama


E no fim? Podes convidar à compra, claro. Mas evita o tom de desespero. Esquece os “ajuda-me comprando” ou “ninguém valoriza o artesanato”. Isso só afasta.


Em vez disso, usa um convite natural, leve, que respeita o espaço do outro:


• “Se te imaginas com uma peça destas, envia mensagem.”


• “Já só restam dois — se um for teu, avisa-me.”


• “A loja está atualizada — vai espreitar se alguma peça te chama.”



Resumo prático: do ‘giro’ ao ‘quero’


Para transformar elogios em vendas:


• Cria histórias, não só produtos.


• Fala com quem sente, não com quem compara.


• Mostra a utilidade e o contexto.


• Dá informação com autenticidade.


• Convida com leveza, sem pedir esmola.



O teu cliente não precisa que o convenças com truques. Precisa de sentir que aquilo que fazes é para ele, pensado com intenção, feito com cuidado e entregue com verdade.


E quando isso acontece… o “ah, que giro” vira “onde posso comprar?”.

 
 
 

Posts recentes

Ver tudo

Comentarii

Evaluat(ă) cu 0 din 5 stele.
Încă nu există evaluări

Adaugă o evaluare
bottom of page