Gertrudes! Sabes o que é a Teoria de Dunbar — e como podes aplicá-la na divulgação do teu trabalho?

— Oh Lara… mais uma teoria?! Eu já me atrapalho toda com as hashtags, quanto mais com teorias científicas!

— Calma, Gertrudes. Esta vais gostar.

É simples, faz sentido, e até explica por que às vezes sentes que ninguém te liga nas redes sociais.

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Vamos lá: o que é a Teoria de Dunbar?

A Teoria de Dunbar vem de um antropólogo britânico chamado Robin Dunbar, que descobriu que o cérebro humano só consegue manter relações significativas com cerca de 150 pessoas.

Sim, só isso.

Mesmo que tenhas 1.000 seguidores, 3.000 amigos no Facebook ou 10.000 pessoas a ver stories…

a verdade é que relações reais, de proximidade, confiança e troca de valor — só conseguimos manter com cerca de 150 pessoas.

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E o que isso tem a ver com o teu artesanato, Gertrudes?

Tudo, minha querida!

Estás sempre preocupada em “chegar a mais gente”, “aumentar os seguidores”, “alcançar mais pessoas”…

Mas talvez estejas a esquecer-te do mais importante:

A tua primeira missão é nutrir bem quem já te segue.

Não adianta ter milhares de seguidores se não crias relação com eles.

Se não falas com eles, se não respondes, se não mostras quem és.

O teu público não precisa ser enorme.

Precisa ser envolvido. Conectado. Interessado.

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Dunbar na prática: como aplicar isso na tua divulgação

1. Cria conteúdo para quem já está contigo

Em vez de falares para o vazio, escreve como se estivesses a falar com uma amiga (daquelas 150).

Gente que já te conhece, que já te segue, que está a um passo de comprar — só precisa confiar mais um bocadinho.

2. Faz perguntas. Abre conversas. Responde.

Não esperes interação sem dar também.

Relacionamento é via de dois sentidos.

3. Lembra-te dos nomes. Mostra que estás atenta.

Quando uma cliente comenta várias vezes, responde como se fosse uma amiga antiga.

Mostra que sabes quem está do outro lado.

4. Comunica com consistência.

Não desapareças semanas e depois apareces a vender.

A confiança constrói-se com presença.

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Gertrudes, tu não precisas de conquistar o mundo. Só precisas de cuidar da tua aldeia.

Sim, é bom querer crescer.

Mas cresce com raízes.

Nutre primeiro quem já está contigo, antes de sonhares com multidões.

Porque se as primeiras 150 pessoas forem bem cuidadas, elas falam de ti.

Elas recomendam.

Elas voltam.

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Afinal, o artesanato é feito com as mãos — mas é vendido com o coração.

E o coração comunica-se assim:

com atenção, verdade e relação.

Não precisas de milhões.

Precisas de construir uma floresta, Gertrudes.

E como bem sabes, ela começa uma árvore de cada vez.