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Manualidades Não São Artesanato — E Está Na Hora de Fazermos Esta Distinção


No Meu Tempo, Aprender Manualidades Fazia Parte do Currículo…


Sim, eu sou do tempo em que havia disciplinas na escola como Têxteis, Madeiras, Práticas Oficinais… (e até Práticas Administrativas, onde aprendíamos a preencher um cheque — mas isso é uma história diferente!).


Aprendi a bordar, a tecer, a fazer peças em madeira, cheguei a trabalhar num torno mecânico e fiz algumas peças em metal e cerâmica.


Foi uma época rica, de descoberta, onde percebi o prazer que é criar algo com as próprias mãos.


Mas há algo que quero deixar bem claro:


O que eu aprendi na escola não foi Artesanato.


Manualidades Não São Artesanato — E Está Na Hora de Fazermos Esta Distinção


Um dos grandes problemas da mentalidade portuguesa é este:


Achar que qualquer coisa feita à mão é Artesanato.


Mas não é.


E quando chamamos tudo de artesanato, acabamos por desvalorizar quem realmente se dedicou anos ao ofício, à técnica, à originalidade, à criação de algo com identidade própria.


Aprender o Geral Não É o Mesmo Que Aprofundar Uma Técnica


Eu, como tantos outros, aprendi o básico.

Aprendi a dar os primeiros pontos, a usar ferramentas, a experimentar materiais.


Mas isso não me torna artesã.


Porque não me especializei, não aperfeiçoei nenhuma técnica, não desenvolvi um produto que carregue a minha assinatura, o meu olhar, o meu rigor técnico.


E é aqui que está a diferença.


Artesanato Não É Só Manualidade — É Domínio, Técnica e Estilo


Seja tradicional ou contemporâneo, o verdadeiro artesanato é fruto de anos de prática.


É feito com intenção, identidade, conhecimento profundo.


É o que nos faz parar numa feira e dizer:


“Uau. Isto é diferente.”


E por isso, é importante que saibamos distinguir:


• O que é feito com base num molde popularizado;


• Do que é resultado de uma trajetória de criação e aperfeiçoamento constante.


Todos Começamos Por Algum Lado — Mas Precisamos Ser Conscientes


Claro que todos temos de começar.

Claro que o caminho só se faz caminhando.


Mas se queremos que o artesanato seja valorizado,

se queremos que seja reconhecido como profissão séria,

então temos de parar de o banalizar.


A Tua Divulgação Valoriza o Artesanato? Ou Contribui Para o Banalizar?


Da próxima vez que fores escrever “Artesanato” numa publicação, num cartão, num post,

pensa:


• Estou a comunicar o valor e a riqueza desta profissão?


• Estou a mostrar respeito por quem se especializou, estudou, evoluiu?


• Ou estou a usar a palavra apenas para parecer bonito ou porque “soa bem”?


Porque cada vez que usamos a palavra “artesanato” levianamente,

estamos a tirar-lhe o peso e o valor que ela realmente tem.


Se queremos que o público valorize mais,

temos de começar por valorizá-lo nós.


Com verdade. Com intenção. Com respeito.


E se já estás neste caminho de aprofundamento,

sabe que estás a contribuir para essa mudança.


A Plataforma do Artesão existe para isso mesmo:


para dignificar o que é feito com alma, técnica, tempo e verdade.


E tu? Já pensaste como usas a palavra “artesanato”?

4 Comments

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Bom dia, amei este texto pois é uma grande realidade, mas também não podemos esquecer que no nosso país é muito difícil conseguirmos aprender mais do que nos ensinaram as nossas avós. Existe pouca informação(valha-nos a plataforma) e quem ensine(escolas especializadas). Eu sou a prova disso para ganhar técnicas novas e aperfeiçoamento no que gosto, tenho de passar o tempo na internet em cursos online, onde está o contacto pessoal e a partilha pessoal? Infelizmente muitos de nós pouco sabem de internet, e para esses (nunca podem avançar). Ai como eu gostava de escolas que ensinassem presencialmente. Talvez não houvesse tanta coisa mal feita à venda por esse pais fora.

Desculpem o desabafo 😍

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Sandra estou contigo. Sei que nos devemos adaptar às mudanças mas o online nunca vai conseguir trazer a mesma partilha que se consegue no presencial. Investi num curso online de alto valor que não terminei exactamente por isto.

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