
Oscilo entre a esperança e o desespero. E hoje, preciso partilhar isso contigo.
- Lara Moita
- 21 de mai.
- 2 min de leitura
Há dias em que acredito mesmo que posso ajudar todos os artesãos que passam por esta Plataforma.
Que com as ferramentas certas, com apoio e clareza, todos podem transformar o seu talento num negócio sustentável.
Mas depois há dias em que… desespero.
Porque o que vejo, todos os dias, são:
Artesãos a fazerem mais do mesmo,
A postarem produto atrás de produto,
Sem mensagem, sem ligação, sem alma,
A depender de uma foto com fundo aleatório e uma legenda vazia,
Sem uma única imagem deles próprios a criar — como se as peças tivessem aparecido por milagre.
E o pior?
95% dessas páginas eu não seguiria — se não trabalhasse com vocês.
E antes que aches que estou a ser dura, digo-te já:
Sei que nesses 95%, há talento.
Há mãos mágicas.
Há trabalho sério, há técnica, há dedicação.
Mas também há um problema grave:
Ficaram presos no Facebook de há 10 anos.
Naquele tempo em que bastava publicar uma foto para ter 20 comentários e 10 vendas.
Naquele tempo em que o cliente vinha por acaso e não por confiança.
Mas o mundo mudou. E o cliente também.
Hoje, o cliente quer:
Confiança
Proximidade
Uma história
Uma marca com propósito
Uma razão para escolher a tua peça e não outra qualquer
E o que muitos ainda não perceberam é que isso não se constrói com publicações soltas e fotos mal iluminadas.
Isso constrói-se com presença, com autenticidade, com intenção.
Com um “olá, sou eu quem faz isto, e faço assim, por esta razão.”
Eu oscilo. Entre a esperança e a frustração.
Oscilo entre pensar “vamos conseguir mudar isto” e o pensamento amargo “talvez só 5% tenham mesmo hipótese”.
Porque os outros continuam a resistir.
A não aparecer. A não se adaptar. A não investir em si. A não fazer diferente.
E sim, às vezes desespero.
Porque vejo o potencial, mas também vejo o quanto está a ser desperdiçado.
Mas depois há vocês. Os 5%.
Aqueles que acordaram.
Que decidiram aparecer.
Que aceitaram sair da zona de conforto.
Que começaram a pensar no cliente, na experiência, na mensagem.
Que fazem perguntas. Que testam. Que erram e tentam de novo.
Que perceberam que o artesanato é arte, mas também é negócio — e que só se sustenta com os dois juntos.
Obrigada.
Vocês são o motivo pelo qual continuo.
A razão pela qual me sento todos os dias a escrever, a responder, a criar conteúdo.
A prova viva de que é possível.
E aos outros 95%… espero que acordem.
Não por mim.
Mas por vocês.
Pelo vosso trabalho. Pelo vosso futuro.
Porque há espaço. Há clientes. Há oportunidades.
Mas só para quem quiser mesmo trabalhar para isso.
A semente já tens.
Só te falta cuidar da terra certa.
E começar, finalmente, a crescer.
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