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O “middle way” do budismo — e o que ele tem a ver com a tua vida (e com o teu negócio artesanal)

No budismo, há um conceito central chamado “middle way” — ou caminho do meio.


É uma ideia simples e profunda ao mesmo tempo:


Evitar os extremos.

Rejeitar tanto o excesso quanto a privação.

Escolher o equilíbrio. A consciência. A moderação com intenção.


Diz-se que Buda só alcançou a verdadeira iluminação depois de ter vivido os dois extremos:


  • Primeiro, o luxo absoluto enquanto príncipe.

  • Depois, a austeridade extrema enquanto buscador espiritual.


E o que percebeu?


Que nenhum dos dois lhe trouxe clareza ou liberdade.

Foi no meio — no caminho do equilíbrio — que encontrou a paz, a direção e a transformação.


E o que é que isto tem a ver contigo, comigo, e com o artesanato?


Muito.

Mais do que possas imaginar.


Porque a verdade é que, em muitos momentos, nós também oscilamos entre extremos:


  • Trabalhar até à exaustão vs. desistir à primeira dificuldade.

  • Criar por paixão sem pensar no cliente vs. produzir só o que “vende”.

  • Publicar todos os dias sem descanso vs. desaparecer das redes por meses.

  • Querer ser perfeito vs. achar que qualquer coisa serve.


E esquecemos que o verdadeiro crescimento está no meio.


O caminho do meio é saber equilibrar…


  • A tua criatividade com estratégia.


    Cria com alma, mas pensa com clareza. Não é fazer só o que te apetece, nem apenas o que “vende mais”. É encontrar o ponto onde o teu talento e o desejo do teu cliente se cruzam.


  • A inspiração com a ação.


    Sonhar é essencial, mas sem ação, nada muda. E agir sem direção só gera cansaço. Inspira-te, sim — mas faz.


  • A consistência com o descanso.


    As redes sociais não te pedem para estares sempre online — pedem que estejas presente com intenção. Cria uma rotina que seja sustentável a longo prazo.


  • A ambição com a paciência.


    Sim, queres viver do teu trabalho. Mas isso leva tempo, tentativa, erro, adaptação. Não atropeles o processo.


Ser artesão é viver (ou tentar viver) esse equilíbrio todos os dias.


  • Equilibras tempo entre criação e promoção.

  • Equilibras emoção com profissionalismo.

  • Equilibras tradição com inovação.

  • Equilibras o desejo de vender com o desejo de continuar a amar o que fazes.


E às vezes é difícil.

Porque o mundo grita pelos extremos — e o equilíbrio, esse, exige escuta, presença, consistência.


Mas o caminho do meio continua lá. Sempre.


Está quando decides subir os teus preços com respeito e confiança.

Está quando optas por fazer menos produtos, mas melhores.

Está quando percebes que não precisas estar em todas as redes — só nas certas.

Está quando aprendes a dar valor ao teu trabalho, sem te esgotares por ele.


Conclusão?


O “middle way” não é neutralidade.

Não é viver a meio-gás.

É caminhar com intenção, consciência e equilíbrio — mesmo quando tudo à volta te puxa para os extremos.


E se há profissão onde este ensinamento faz todo o sentido, é no artesanato.

Porque criar com as mãos também é, de certa forma, meditar com o corpo inteiro.


Que saibas encontrar o teu ponto de equilíbrio.

E que o teu caminho — no artesanato e na vida — seja mais leve, mais consciente, mais teu.


Estamos cá para te acompanhar, passo a passo.

Sempre no caminho certo: o teu.

 
 
 

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Obrigada por essas palavras! Foram inspiradoras 🙏

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