
Como é que a falta de visão, o pensamento “caseirinho” e o fazer o mesmo que os outros estão a condenar o artesanato ao falhanço
- Lara Moita
- 20 de mai.
- 2 min de leitura
Vamos ser honestos.
Se continuarmos a pensar pequeno, a fazer igual aos outros e a acreditar que basta pôr umas fotos nas redes sociais…
O artesanato em Portugal não vai evoluir.
Vai continuar a ser visto como passatempo, como “coisinhas feitas à mão” e não como uma profissão séria.
E sabes o que é mais triste?
É que há talento. Há técnica. Há dedicação.
Mas falta visão.
Falta coragem para sair do “caseirinho”.
E falta estratégia para fazer diferente — quando toda a gente faz igual.
O pensamento “caseirinho” — o que é isso?
É pensar que basta fazer bonito.
É acreditar que o cliente vai “perceber o valor” só por ver uma foto.
É colocar o preço ao calhas, porque “foi o que me deu jeito cobrar”.
É fazer de tudo um pouco, sem foco, sem linha, sem identidade.
É usar as redes sociais como vitrine, sem pensar em comunicação, nem no que o cliente sente ou procura.
É aquele artesanato que até está bem feito, mas não se distingue de nada nem de ninguém.
E que, por isso… não vende.
Fazer igual ao que já existe não é segurança. É invisibilidade.
Se tens o mesmo tipo de peça, com as mesmas cores, no mesmo estilo, com os mesmos materiais…
O cliente vai comprar a quem?
Ao mais barato.
Ao mais conhecido.
Ou então… a ninguém.
Porque se tudo parece igual, nada se destaca.
E se o teu trabalho não se destaca, como é que vai ser lembrado? Como é que vai ser valorizado?
Sem visão, não há futuro.
Visão é saber onde queres chegar.
É perceber quem queres servir.
É posicionar o teu negócio como algo único.
É investir no teu crescimento (em vez de viver de improviso).
É perceber que o mercado muda — e que tu também tens de mudar.
O artesanato não pode viver eternamente no “foi sempre assim”.
Porque o mundo já não é o mesmo.
E o cliente também não.
Então o que fazer?
Pára de copiar. Inspira-te, sim — mas encontra a tua linguagem.
Sê estratégico. Pensa no teu cliente, nos seus hábitos, no que o teu produto resolve.
Aprende. Estuda. Testa. Ajusta.
Sê profissional. Desde a peça até à comunicação.
E, acima de tudo, acredita que o teu trabalho merece mais — mas só se tu o tratares como tal.
Conclusão?
O artesanato não está a falhar porque falta talento.
Está a falhar porque ainda há demasiada gente a fazer o mínimo e a esperar o máximo.
Sem visão.
Sem diferenciação.
Sem vontade de sair do “caseirinho”.
Se queremos que o artesanato seja reconhecido, valorizado e sustentável —
temos de o tratar como negócio.
Com alma, sim.
Mas também com estratégia.
E se estiveres pronto(a) para isso —
a Plataforma está aqui para te apoiar.
Porque mudar a mentalidade começa em cada um de nós.
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